Acompanhar o desempenho pós-entrega da obra, gerando orientações adequadas aos usuários através do Manual de Uso e Manutenção, com informações claras e simples sobre o desempenho que está sendo entregue e sobre as atividades de uso e manutenção que podem alterar este desempenho

Agenda Produtiva da Construção - CTE

Caminhos para o Desempenho, Produtividade e Industrialização da Construção

As principais abordagens e os caminhos apontados no evento

No dia 13 de novembro de 2013, 9 palestrantes e 274 profissionais da cadeia produtiva da construção participaram do evento Caminhos para o Desempenho, Produtividade e Industrialização da Construção.

Foram debatidos os principais desafios sobre o desempenho das edificações nas diversas áreas (projetos, sistemas construtivos, materiais, construção, uso e operação, etc.) e o andamento para implantação a Norma NBR 15575. Foram discutidas também as maiores desafios e as melhores soluções para aumentar a produtividade na construção, além da necessidade de uma visão sistêmica e uma cultura empresarial diferenciada para a industrialização na construção.

Confira os caminhos apontados no evento, que devem fazer parte da Agenda Produtiva da Construção.

CAMINHOS PARA APLICAÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS PELA CADEIA PRODUTIVA

• Conhecer profundamente a NBR 15575 e entender o novo modelo sobre desempenho que a norma propõe para poder aplicá-la, levando-se em consideração uma nova metodologia de trabalho, estabelecendo os requisitos e responsabilidades, capacitando pessoas e áreas envolvidas.

• Caracterizar, na fase de concepção e viabilidade do empreendimento, os riscos de exposição previstos na NBR 15575 (ambientais, geotécnicos, bioclimáticos, etc.) e realizar os estudos técnicos adequados do meio, assim como definir os níveis de desempenho que o empreendimento deverá atingir (mínimo, intermediário ou superior), uma vez que esta definição irá interferir na escolha do projeto, sistemas construtivos e tecnologias.

• Desenvolver os projetos explicitando condições de exposição e de uso consideradas pela NBR 15575, aplicando as normas já existentes com evidências de atendimento, especificando e verificando corretamente o desempenho dos produtos.

• Incentivar as empresas fabricantes para caracterizar seus produtos e apresentar os dados que demonstrem verdadeiramente o seu desempenho, com avaliação técnica tanto de sistemas e componentes tradicionais, convencionais como inovadores.

• Desenvolver ensaios tanto do material como do conjunto dos sistemas do qual o material faz parte e dos ambientes a que pertencem, verificando o desempenho em diversas condições.

• Controlar a execução dos sistemas construtivos em obras, respeitando o que está detalhado em projeto, de forma a garantir o desempenho.

• Acompanhar o desempenho pós-entrega da obra, gerando orientações adequadas aos usuários através do Manual de Uso e Manutenção, com informações claras e simples sobre o desempenho que está sendo entregue e sobre as atividades de uso e manutenção que podem alterar este desempenho.

• Conscientizar as empresas de administração e os condomínios sobre o Desempenho de Sistemas e Tecnologias e das condições para uso e operação, de modo a garantir a operação com serviços adequados, diminuir prejuízos e até acidentes (devido à falta de orientação e qualificação dos envolvidos), reduzir manutenções corretivas emergenciais ou o colapso e a deterioração precoce dos sistemas, assim como favorecer a valorização do patrimônio e elevar a vida útil do empreendimento.

• Incentivar o poder público a ser o responsável pelo fornecimento de dados e gestão das condições de exposição e de riscos urbanos às edificações (solos, ruídos, ec.) e em estabelecer políticas públicas e mecanismos comprometidos com o conjunto dos requisitos da Norma de Desempenho, principalmente ao tratar de sistemas construtivos para habitações, sejam eles convencionais ou inovadores.

• Investir em pesquisa e desenvolvimento tecnológico visando ao desempenho, disponibilizando publicamente tanto essas informações como os conhecimentos existentes que podem ser aplicados aos projetos e empreendimentos.

• Investir em treinamento e capacitação de projetistas, coordenadores de projeto, profissionais de gestão de gestão da qualidade, de suprimentos, de obras, de assistência técnica pós-entrega e de profissionais das áreas técnicas e comerciais dos fabricantes.

• Para evitar patologias e garantir o desempenho das estruturas, é necessário estimular a comprovação do conhecimento e da competência do profissional, a comprovação de que o projeto estrutural foi bem elaborado e obedece às normas brasileiras, de que a estrutura foi bem executada, obedece ao projeto estrutural, está sendo bem utilizada e com manutenção adequada.

 

CAMINHOS PARA A PRODUTIVIDADE E INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

 

• Elevar a produtividade da construção, contemplando a gestão empresarial responsável, a redução do uso de recursos naturais, as melhores práticas nos canteiros e as melhores condições dos trabalhadores.

• Promover a prática e as ferramentas para análise e estudo do ciclo de vida do empreendimento, levando em consideração a fabricação de materiais, as especificações dos produtos segundo o atendimento às normas, a execução dos sistemas construtivos e as orientações para uso manutenção e operação.

• Gerenciar e melhorar a produtividade a partir da análise do projeto do produto, do projeto do processo e a organização do trabalho.

• Aprender a medir a produtividade, tomando-a como ferramenta de monitoramento do processo construtivo, tanto para entender a produção como tomar decisões para a melhoria contínua.

• Adotar ferramentas que permitam ganhos significativos de eficácia e produtividade, integrando a cadeia de valor (projetistas, consultores e fornecedores) e revolucionando nos processos e modos de produção de forma eficaz e sustentável.

• Capacitar equipes de profissionais, compostas de generalistas e especialistas, segundo uma visão sistêmica, em que o “artesanato construtivo” dê lugar a processos inovadores e a industrialização surja não como alternativa, mas sim como uma solução para o setor.

• Deixar de pensar apenas em custo, prazo e qualidade e passar a programar todo o ciclo de vida do empreendimento, levando em consideração o desempenho, produtividade, inovação, sustentabilidade e industrialização.

• Perceber as vantagens da industrialização, quando se consegue construir em maior quantidade, com melhor qualidade, a um custo menor, em tempo menor, de forma sustentável, facilmente replicável e com menor mão de obra, e refletir sobre a situação ideal para industrialização, que envolve um mercado maduro, repetitividade, atuação regional e planejamento.

• Vencer os maiores desafios para industrialização, promovendo a mudança de cultura e gestão empresarial, compreendendo e adotando o uso de sistemas integrados e novas tecnologias (inclusive BIM), capacitando a engenharia (desde a universidade), investindo em planejamento e racionalização, contemplando o uso de mais equipamentos e menos mão de obra e promovendo a sintonia entre indústria, fornecedor e logística.

• Mobilizar o setor da construção para superar algumas barreiras rumo à industrialização, incluindo a questão tributária, medidas de incentivo à produtividade e competitividade e desenvolvimento de soluções robustas e eficazes que possam ser replicadas.

 

Fonte: http://www.eventoscte.com.br/eventos/7